Novas Alturas para a Consciência Humana
Ellen estava maravilhada com a luz, a intensidade e a beleza das cores, além da leveza do espaço onde se encontrava. O amor estava presente em tudo, e ela sentiu que se tornara o amor que a envolvia. Quase simultaneamente, teve uma profunda consciência de que todos somos perfeitos e que cada um possui um propósito em suas vidas na Terra. Ela foi acolhida nessa jornada por um ser de luz e sentiu dele a mais serena garantia de que tudo estava bem.
A história de Ellen, no que diz respeito à morte clínica, não é única. Narrativas semelhantes têm feito parte da nossa história e foram observadas na maioria das culturas do mundo. O que torna este relato diferente é o fato de que a experiência de Ellen é uma entre milhares que cientistas documentaram e apoiaram com extensos dados médicos nos últimos 40 anos.
Um exemplo notável foi publicado na prestigiada revista médica The Lancet, em 1991, como parte de um grande estudo realizado na Holanda. Após sofrer um ataque cardíaco, um paciente foi levado a um hospital onde foi declarado clinicamente morto. Durante os procedimentos de ressuscitação, uma enfermeira removeu suas próteses dentárias e as guardou. A ressuscitação foi bem-sucedida e, após se recuperar, o paciente fez uma pergunta à equipe sobre suas próteses. Dias depois, no corredor, ele viu e reconheceu a enfermeira que o assistiu e lhe contou que era ela quem havia guardado suas dentaduras, descrevendo com precisão a gaveta onde estavam. A enfermeira, que havia esquecido do incidente, foi ao quarto e encontrou as próteses exatamente onde o paciente havia indicado.
Em milhares de casos de ressuscitação cardíaca como este, os fatos médicos são consistentes. O paciente estava conectado a todos os equipamentos de uma sala de emergência e foi considerado clinicamente morto por vários minutos, sem batimentos cardíacos ou qualquer indicação de atividade cerebral. No entanto, muitos pacientes são ressuscitados e relatam experiências semelhantes sobre o que há “do outro lado”. Esses exemplos são abundantes e abrangentes.
As Experiências de Quase-Morte (EQMs) têm sido estudadas por mais de 40 anos por pesquisadores de diversas disciplinas, incluindo neurociência, psiquiatria, medicina, física e enfermagem. O corpo de conhecimento acumulado se tornou altamente respeitável e as descobertas têm o potencial de transformar a forma como os seres humanos se veem e suas vidas na Terra. Este é um novo horizonte para os cientistas explorarem a dualidade entre corpo e mente.
A comunidade científica optou pelo termo consciência como uma alternativa às palavras alma ou espírito, devido às suas pesadas conotações religiosas. É importante estar ciente de que palavras como psique, alma, espírito, mente ou consciência comunicam uma ideia muito semelhante, que é a essência não física de um ser humano.
Allan Kardec foi enfático sobre a importância de manter a evolução do pensamento espírita alinhada com o conhecimento científico. Portanto, é com essa referência que queremos aproveitar este espaço para compartilhar algumas observações pessoais sobre a atualidade de nossas concepções sobre a transição da alma para a esfera espiritual.
Se adotarmos uma postura desapegada, é evidente que existem paralelos sólidos entre as novas descobertas e as ideias defendidas por Allan Kardec em O Céu e o Inferno, assim como na série de André Luiz sobre a vida após a morte. Ao mesmo tempo, devemos avaliar algumas das novas ideias que ampliam nosso entendimento ou ajudam a redirecionar as discrepâncias.
Este será o primeiro de uma série de sete postagens, começando com a sensação de êxtase relatada pela maioria dos experienciadores de EQMs, que será abordada em nossa próxima edição.
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