A Vida Extraterrestre na Obra de Allan Kardec e Chico Xavier
A recente repercussão da entrevista concedida por Robson Pinheiro à extraterrestre Shellyanna, mediada pela Dra. Mônica de Medeiros, trouxe à tona um intenso debate sobre a vida extraterrestre, revelando uma lacuna de compreensão sobre o tema entre os espíritas. Este artigo tem como objetivo apresentar a perspectiva de Allan Kardec, Chico Xavier e outros importantes representantes do espiritismo sobre a existência de civilizações em outros mundos. Todas as fontes utilizadas estão devidamente citadas ao longo do texto.
A Existência de Vida em Outros Mundos
Os espíritos afirmam que todos os orbes no universo abrigam civilizações em diferentes estágios de evolução. Sob essa ótica, o Sistema Solar pode ser considerado um laboratório riquíssimo em diversidade de espécies, onde o ser humano terráqueo representa apenas uma delas. Cada planeta, assim, funciona como uma escola ou oficina, onde o princípio inteligente, ou espírito, tem a chance de se redescobrir como colaborador na obra divina. Segundo Allan Kardec, “um deserto inimaginável se estende além das estrelas. Lá, em condições diferentes das de seu planeta, novos mundos são revelados e se desdobram em formas de vida que suas concepções não podem imaginar, nem seus estudos, provar.” (Kardec, em A Gênese).
A Compreensão Espírita sobre Extraterrestres
Desde 1858, Kardec abordava a ideia de vida inteligente em outros mundos, através de entrevistas com seres de diferentes lares. Estranhamente, muitos adeptos do espiritismo têm dificuldades em aceitar essa realidade, e reações adversas surgem quando há manifestações de irmãos de outros mundos por meio de médiuns, como na psicofonia. O espiritismo ensina que a comunicação entre os seres humanos e os habitantes de outros planetas pode ocorrer através de médiuns que recebem mensagens por psicofonia ou psicografia de espíritos que estão em contato com extraterrestres.
Além da já mencionada entrevista com Shellyanna, outra significativa experiência de contato com extraterrestres ocorreu com a mediunidade de Robson Pinheiro, onde foi realizada uma entrevista com Goulan. Ambos os episódios despertaram meu interesse em buscar mais informações sobre a vida extraterrestre, levando-me a explorar as pesquisas de Allan Kardec, que revelaram um conteúdo valioso para aqueles que desejam compreender melhor o assunto.
A Revista Espírita e suas Contribuições
A Revista Espírita, criada por Allan Kardec em 1º de janeiro de 1858, desempenhou um papel fundamental na divulgação da doutrina espírita. Kardec foi o diretor da revista até sua morte, em 1869, utilizando-a para desenvolver e debater ideias que mais tarde foram consolidadas em seus livros. Após seu falecimento, a revista enfrentou períodos de interrupção em sua publicação, mas em 2007, durante o Congresso Espírita Mundial, seus direitos foram adquiridos pela CSI, e atualmente é publicada em diversas línguas.
Infelizmente, os doze volumes dessa importante revista, que abrangem de 1858 a 1869, são amplamente desconhecidos pela maioria dos espíritas contemporâneos. Não foi apenas Kardec que se interessou pelo tema da vida extraterrestre. Antes dele, Margaret Fox, uma das fundadoras do Espiritismo na América, já havia mencionado a existência de seres em outros mundos. No Brasil, mediuns como Chico Xavier abordaram o tema, psicografando obras que exploram a vida em Marte e em outros planetas do Sistema Solar.
Obras de Chico Xavier e Outros Médiuns
Chico Xavier, por exemplo, psicografou “Cartas de uma Mãe”, onde se relata uma história que se passa em Marte, e “Crônicas de Além-túmulo”, que narra uma reunião com anciãos da sociedade marciana, além de cientistas de Saturno e apóstolos de Júpiter. No livro “A Caminho da Luz”, de Emmanuel, é revelado como extraterrestres de diferentes mundos da Constelação do Cocheiro chegaram à Terra, contribuindo para a evolução de sua população. Hercílio Maes, por sua vez, recebeu do espírito Ramatis a obra “A Vida no Planeta Marte”, onde se explica que os marcianos possuem características substanciais diferentes dos terráqueos.
Recentemente, os espíritos Ângelo Inácio e Júlio Verne, através da psicografia de Robson Pinheiro, aprofundaram o estudo sobre o tema com os livros “Os Nephilins” e “Os Abduzidos”.
A Pluralidade de Mundos Habitados
Em um dos textos de Kardec, ele reflete sobre a pluralidade de mundos habitados, citando que “se nunca tivéssemos visto um peixe, não poderíamos conceber um ser vivendo na água”. Por isso, ele propõe que devemos estar abertos à possibilidade de que outras formas de vida existam em planetas desconhecidos, que podem ser muito diferentes da vida que conhecemos. Os espíritos afirmam que a Terra, em comparação com outros planetas, é um local cuja população é composta por espíritos de diversas classes, e que a maioria de seus habitantes pertence a classes inferiores da evolução espiritual.
A Vida em Planetas como Júpiter
Artigos publicados na Revista Espírita descrevem as condições de vida em outros planetas, como Júpiter. Os habitantes jupiterianos são descritos como seres mais altos e com uma expectativa de vida muito maior que a nossa, além de possuírem uma forma de locomoção que depende da vontade, devido à baixa densidade de seus corpos. A atmosfera de Júpiter é distinta, com água mais etérea e plantas que se assemelham às terrestres, mas com características únicas.
A comunicação entre os jupiterianos é predominantemente telepática, e eles possuem uma visão clara do mundo ao seu redor, permitindo que se comuniquem com maior facilidade com seres de mundos mais densos, como o nosso.
Considerações Finais
O estudo da vida extraterrestre é vasto e complexo, e as obras de Allan Kardec e Chico Xavier oferecem um rico material para a reflexão sobre o tema. É essencial que continuemos a explorar essas questões, buscando sempre o conhecimento e a compreensão das diferentes dimensões da existência. Para aqueles que desejam se aprofundar mais, é recomendável a leitura das obras de Robson Pinheiro, Mônica de Medeiros, e outros autores que tratam desse assunto com profundidade.
