Compreendendo o Obsessor
O termo “obsessor” refere-se àquele que provoca obsessão, importunando a vida de outros. É importante entender que o obsessor é um ser humano, não uma entidade sobrenatural ou um ser maligno por natureza. Muitas vezes, pode ser alguém que, em vida, teve um relacionamento próximo ou significativo com a vítima da obsessão. Este indivíduo pode ter sido um amigo, um familiar ou mesmo alguém que compartilhou momentos de intimidade. O obsessor, em essência, é um irmão que, devido a sofrimentos e desenganos, se desequilibrou, possivelmente com a nossa participação.
A Natureza dos Espíritos Obsessores
Os maus Espíritos, que atuam como obsessores, são aqueles que ainda não encontraram o caminho do arrependimento. Eles se deleitam no mal e não sentem pesar por suas ações, mostrando-se insensíveis às reprimendas e frequentemente blasfemando contra o nome de Deus. Essas almas endurecidas, após a morte, buscam vingar-se dos sofrimentos que suportaram em vida, direcionando seu ódio para aqueles que uma vez odiaram, seja através de obsessão ou de outras influências negativas.
Os Efeitos da Obsessão
A presença de um obsessor pode causar diversos prejuízos à vida da vítima. A maneira como o obsessor se aproxima e se sintoniza com a pessoa pode resultar em grandes impactos emocionais e espirituais. Eles se aproveitam das fraquezas humanas e das portas abertas que cada um de nós possui, buscando sempre acesso à nossa alma. Enquanto alguns obsessores se agarram a suas vítimas, outros podem se afastar ao perceber que não têm poder sobre a vontade delas.
Os Aspectos Humanitários dos Obsessor
É fundamental lembrar que os obsessores não são totalmente desprovidos de bons sentimentos. Ao contrário, eles são Espíritos que carecem de compreensão, carinho e amor. No fundo, muitos deles são seres solitários, que sofrem doenças da alma. Um obsessor é, em última análise, um irmão enfermo e infeliz que, dominado pela ideia fixa de vingança, se concentra em seus objetivos, esquecendo-se de tudo o mais.
A Vítima da Obsessão: O Obsidiado
O obsidiado, por sua vez, é uma vítima em sua própria jornada espiritual. Ele carrega consigo uma infinidade de problemas, muitas vezes sem saber exatamente sua origem. O obsidiado pode ser visto como o algoz de seu passado, que agora se apresenta como uma vítima. Ele também pode ser o cúmplice de ações que não deseja mais realizar, sendo constantemente assediado por seu obsessor, que busca cercear sua trajetória de evolução.
Oportunidade de Reajuste
As provações enfrentadas pelo obsidiado representam oportunidades valiosas de reajuste moral e espiritual. Ao se sentir pressionado por um verdugo espiritual, a pessoa se conscientiza da necessidade de transformação. Este processo inclui a conversão do ódio em amor, a mudança da vingança pelo perdão e a humilhação que leva ao aprendizado e à possibilidade de ser perdoado.
Tipos de Obsessão
Allan Kardec, em suas obras “O Livro dos Espíritos” e “O Livro dos Médiuns”, aborda a temática da obsessão de maneira detalhada, classificando seus diferentes tipos. A possessão, por exemplo, é muitas vezes confundida com obsessão, mas Kardec esclarece que a possessão implica um controle total do Espírito sobre o corpo da vítima, o que não é o caso da obsessão, que se caracteriza por uma influência negativa, mas não pela subjugação completa.
Subjugação e Fascinação
Kardec distingue entre os diversos níveis de influência espiritual, utilizando o termo “subjugação” para descrever a situação em que um Espírito exerce controle sobre uma pessoa. A fascinação, por outro lado, refere-se a uma influência mais sutil, onde o obsessor pode enganar a vítima, levando-a a acreditar em suas sugestões prejudiciais. Assim, não existem “possuídos” no sentido vulgar da palavra, mas sim indivíduos que estão sob a influência de Espíritos obsessores.
Reflexões Finais
Em suma, a compreensão do fenômeno da obsessão é crucial para aqueles que buscam entender as dinâmicas espirituais que afetam suas vidas. Tanto o obsessor quanto o obsidiado são, em última análise, espíritos em evolução, que enfrentam desafios e aprendizados em sua jornada. O conhecimento sobre esses aspectos pode auxiliar na promoção de um ambiente de cura, perdão e transformação, essencial para o progresso espiritual de todos os envolvidos.