Jesus e Myriam A Lei do Amor Preside a Vida

Jesus e Myriam: A Lei do Amor Preside a Vida

Jesus e Myriam representam muito mais do que o simples casal mítico da humanidade terrena, Adão e Eva. Eles são, na verdade, a encarnação da ideia de que a Lei do Amor é a força que rege a vida. Ao longo dos séculos, as narrativas e representações desses personagens foram moldadas para atender a diversos interesses e visões de mundo. É importante ressaltar que essa análise não busca condenar, mas sim entender como as pessoas são influenciadas por suas crenças e experiências ao longo da história.

A oficialização da doutrina cristã, promovida por Constantino na Antiguidade, foi um marco que transformou a percepção pública sobre os ensinamentos de Jesus de Nazaré. A figura de Jesus foi atribuída a um papel central, especialmente em relação à Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR), que consolidou seus fundamentos e mandamentos ao longo do tempo. Essa oficialização resultou na seleção de quatro evangelhos – Mateus, Marcos, Lucas e João – que, embora tenham sido escritos por pessoas que não conviveram diretamente com Jesus, tornaram-se a base da narrativa cristã.

A Influência dos Evangelhos

Os evangelhos escolhidos para compor o Novo Testamento foram selecionados em um contexto em que havia pelo menos noventa outros textos disponíveis, escritos por autores que se basearam em relatos de terceiros. Essa escolha não apenas moldou a imagem de Jesus, mas também influenciou a forma como a humanidade compreende sua mensagem. A obra de Allan Kardec, que buscou reinterpretar esses textos à luz do Espiritismo, apresenta uma abordagem diferenciada e um convite à reflexão crítica sobre a figura de Jesus.

Kardec, conhecido por seu método científico e observacional, selecionou passagens que considerava mais autênticas e representativas do ensinamento moral de Jesus. Em seu “Evangelho segundo o Espiritismo”, ele enfatizou a concordância entre os ensinamentos de Cristo e os princípios espíritas, buscando uma aplicação prática das lições morais em diversas situações da vida. No entanto, uma análise mais profunda revela que há uma distinção significativa entre a figura histórica de Jesus e a concepção religiosa de Cristo, que muitas vezes é idealizada.

Jesus e o Homem de Nazaré

É fundamental fazer a distinção entre Jesus, o homem, e o Cristo, que é considerado o Ungido e o Messias. Jesus, conhecido como Yeshua BarYosef, era um indivíduo que, apesar de sua grande evolução espiritual, compartilhava das experiências e necessidades humanas. Ao contrário da imagem perfeita que muitas tradições religiosas criaram, ele enfrentou desafios e provações como qualquer outro ser humano.

Uma das passagens mais significativas é quando Jesus afirma: “Quem é minha mãe e os meus irmãos, senão aqueles que fazem a vontade do Pai?” Essa declaração evidencia a importância dos laços espirituais sobre os laços familiares biológicos, reforçando a ideia de que a verdadeira fraternidade se estabelece por meio do amor e da prática do bem.

Myriam: A Mulher ao Lado de Jesus

Myriam de Nazaré, a mãe de Jesus, é frequentemente lembrada, mas é igualmente importante reconhecer a figura de Myriam de Migdal, que também teve um papel significativo na vida de Jesus. A presença feminina nesse contexto histórico é muitas vezes negligenciada, o que levanta questões sobre a representação das mulheres nas narrativas religiosas. A relação entre Jesus e Myriam de Migdal ilustra que o amor e a parceria são fundamentais para a realização de uma missão maior.

A história muitas vezes oculta a participação ativa das mulheres na vida pública e social de Jesus, levando a uma visão distorcida do papel delas na espiritualidade. É crucial questionar por que essas vozes foram silenciadas e por que a figura feminina foi relegada a um papel secundário nas narrativas religiosas predominantes.

A Relevância do Amor

O amor é o fio condutor que une as histórias de Jesus e Myriam. Em um mundo onde a busca por poder e controle muitas vezes ofusca a essência do amor, a mensagem de Jesus ressoa como um chamado à transformação. A encarnação do amor divino na figura de Jesus demonstra que a evolução espiritual ocorre por meio das relações humanas e da prática do amor em suas diversas formas.

Compreender a Lei do Amor não apenas como um conceito, mas como uma prática diária, é essencial para a evolução moral da humanidade. Ao invés de idolatrar uma imagem idealizada de Jesus, devemos reconhecê-lo como um modelo de amor e compaixão que viveu entre nós, enfrentando as mesmas dificuldades que qualquer ser humano. Essa visão mais humanizada nos aproxima de suas lições e nos convida a agir de acordo com os princípios que ele ensinou.

Assim, Jesus e Myriam não são apenas figuras do passado, mas símbolos eternos da Lei do Amor que deve presidir nossas vidas. É um convite à reflexão sobre como podemos incorporar essa mensagem em nossas ações diárias, promovendo um mundo mais justo e amoroso.

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