Família – Aconchego Necessário
A família é uma instituição fundamental que serve como suporte natural para os Espíritos. Em meio a teorias que buscam desestruturar essa base, frequentemente não se oferecem alternativas viáveis. Pesquisas demonstram que a presença dos pais é crucial na formação da criança, com cada um desempenhando papéis essenciais que contribuem para o amadurecimento psicológico do indivíduo. A mãe e o pai, ao atuarem em conjunto, criam um ambiente seguro onde o Espírito recém-encarnado pode desenvolver-se e preparar-se para o futuro.
Bárbara Brennan, em seu livro “Mãos de Luz”, destaca a forte conexão que persiste entre mãe e filho após o nascimento. Ela afirma que essa ligação, embora menos pronunciada com o passar do tempo, permanece ao longo da vida. Essa conexão é essencial para o desenvolvimento emocional e espiritual da criança.
O psiquiatra e psicanalista Jean-Pierre Lebrun, membro da Associação Freudiana da Bélgica, analisa que, nos estágios iniciais, a criança é dependente do prazer materno. Para que possa desenvolver sua individualidade, é necessário um descolamento desse vínculo, no qual a figura paterna desempenha um papel crucial. O pai atua como um buffer, separando a criança da mãe e estabelecendo um outro polo de experiências que contribui para o crescimento e a autonomia do pequeno.
A compreensão da família e seu papel tem avançado significativamente. A escritora espírita Atoinette Bourdim, do século XIX, em sua obra “Entre Dois Mundos”, enfatiza a família como uma alavanca poderosa para a elevação espiritual do Espírito, guiando-o em direção aos bons caminhos e afastando-o de instintos destrutivos.
Refletindo sobre nossa origem, somos seres que vieram de eras passadas, onde tivemos a oportunidade de evoluir. Em Salmos 82:6, é dito: “Vós sois deuses”, e Jesus nos recorda em João 10:34 sobre nossa divindade intrínseca. Assim, é imperativo que nos apropriemos desse conhecimento e avancemos com consciência em direção ao futuro. A família deve ser vista como o aconchego necessário que nos orienta e guia em nossa jornada.
Nos dias atuais, testemunhamos ataques a essa instituição sagrada, com muitos indivíduos optando por se perder em caminhos desorientados. Cada vez mais, vemos pessoas vagando por lugares públicos, buscando satisfação em propostas vazias, enquanto se afastam da verdadeira essência da vida familiar. Manoel P. de Miranda, em seu livro “Loucura e Obsessão”, afirma que “a liberdade por excelência é adquirida pela consciência do bem no reto culto do dever”, ressaltando a importância da responsabilidade dentro da estrutura familiar.
Antropólogos sugerem que os laços familiares podem ter se iniciado há aproximadamente 1,5 milhão de anos, com a descoberta do Garoto de Turkana na África. Esse achado revela que, desde tempos remotos, a presença de familiares ao lado de um ente querido em momentos de dor e sofrimento pode ter sido um dos primeiros indícios de organização familiar. Essa evolução dos laços familiares continua até os dias atuais.
Aspectos da Família
Podemos analisar a família sob quatro diferentes aspectos:
- Família Corporal: Composta por aqueles que estão encarnados. Essa estrutura pode ser frágil, pois nem sempre os membros estão conectados emocionalmente.
- Família Espiritual: Refere-se ao contexto familiar que inclui tanto os encarnados quanto os desencarnados, formando uma grande família espiritual.
- Família Espírita: O lar é visto como um santuário onde os membros buscam sua espiritualização e crescimento pessoal.
- Família Humana: A grande família terráquea, com Jesus como seu guia, representa a conexão do homem com o divino, sem distinções religiosas, mas com uma integração racional aos ensinamentos do Mestre.
Este é o momento de fortalecermos os laços familiares, identificando-nos com a estrutura que nos acolhe. Devemos oferecer nossos conhecimentos e amor, solidificando nosso lar como um espaço onde as almas se encontram, se resolvem e evoluem, reconhecendo que precisamos uns dos outros. Por meio de uma parceria ideal, podemos avançar juntos em direção a planos superiores de consciência.
